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Bagagem

Author: Tainã Duarte
domingo, 24 de maio de 2009

A poesia de Adélia Prado, do livro "Bagagem", deixa clara a idéia de uma mulher independente, forte, e de opinião formada. Além de todos os fardos que, no geral, as mulheres carregam. "Aceito o subterfúgios que me cabem", e "mulher é desdobrável, eu sou" - de "Com licença poética" e "Grande Desejo"- dão - nos prova disto.
No entanto, em contrapartida, em "Grande Desejo", não autodeclra ser nenhuma matrona, e que tem suas sensibilidades, podendo causar no leitor um sentimento de contradição, pois no geral, seu livro trata de assuntos bem distintos; de desejos à fé.
São poemas de fácil compreensão, com linguagem simples. E que a autora deixa - nos perceber sentimentos intensos através de suas palavras.
No todo, "Bagagem" é um banho de feminilidade, força, amor e fé, que Adélia nos deu o prazer de compartilhar.

XIV

Quem deixa o trato pastoril, amado,
Pela ingrata, civil correpodência,
Ou desconhece o rosto da violência,
Ou do retiro a paz não tem provado.

Que bem é ver n os campos, transladado
No gênio do pastor, o da inocência!
E que mal no trato, e na aparência
Ver sempre o cortesão dissimulado!


Ali respira Amor sinceridade,
Aqui sempre a traição seu rosto encobre;
Um só trata a mentira, outro a verdade,

Ali não há fortuna que soçobre;
Aqui quanto se observa é variedade!
Oh! ventura do rico! oh! bem do pobre!


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Trata - se de um fingimento poético, usa linguagem simples, típicas de poetas árcades.
Juntamente com os princípios CARPE DIEM e FUGERE URBEM - termos latinos - respectivamente "gozar o dia" e "fugir da cidade"; demostrando a paz daquele que refugia - se no campo (primeira estrofe, versos um, dois e quatro).
Além de caracerísticas bucólicas, expõe a colérica vida na cidade (quarta estrofe, versos um e três).

Controversas

Author: Tainã Duarte
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Não sei se o meu problema é querer tapar o sol com a peneira - ou se sou egoísta ao ponto de querer apenas o melhor pra mim; minha felicidade.
Às vezes custa acreditar em certas coisas. É uma defesa psíquica; é sua mente tendendo a defender - se do que prvavelmente causa dor a ela.
Custa admitir que a sua estrela, que seu sol particular não é de exclusividade sua, ou se era, estáquerendo dispersar - se. É de extrema dor, quando você monta carta por carta de um castelo gigantesco - e lindo - e depois tudo cai rapidamente como num sopro repentino de vento intenso. É triste, eu sei, mas sempre acontece.
E nós, como seres humanos, temos necessidade de reerguer seu castelo. Entretanto, o problema está exatamente nesse ponto: não temos, no geral, a capacidade ou pelo menos o bom senso de encara a realidade, realmente VENDO que aquele castelo desmoronou. Que não vai resolver juntar os pedaços e colar tudo - uma tamanha obra de engenharia não depende apenas de um indivíduo - que certas horas é mais viável conquistar outros reinos.
Porém, sabemos, que para conseguir um novo território, temos de enfrentar uma árdua guerra e , definitivamente, nesses momentos, a última coisa que desejamos são mais dificuldades.
Por isso que sempre tentamos colar os tijolos, retirar as nuvens; reerguendo o castelo, obrigando sua estrela - seu sol - voltar a brilhar, esquentando novamente seu mundo.
Há chances, todos nós sabemos. Contudo, quanto resistirá? É impossível saber. Mas espero relamente, de corpo e alma, que valha a pena, e todas essas dificuldades não voltem com força total e derrubam -te de vez.
Eu me entrego por inteira a essa dúvida sem fim, pois não resisto ao calor do meu sol, mesmo não sendo um satélite, "(...) posso não beber o vinho, mas posso aproveitar o ramo(...)"(acho que é isso ou algo do gênero). E quem sabe se manter a calma, a resposta vem à tona sozinha... Resolvi então, não sofrer antecipadamente. Me entrego ao mais lindo e delicioso erro.